segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

CORDA BAMBA DO MERCADO

Você já ouviu falar de Jean-François Gravelet? Ele viveu de 1824 a 1897, usando o pseudônimo profissional, Blondin, sob o qual foi aclamado mundialmente como acrobata da corda bamba e equilibrista de Londres. Blondin cruzou as cataratas do Niágara Falls várias vezes, andando sobre um arame de 335 metros de comprimento, suspenso a 50 metros sobre águas revoltas. Repetiu essa façanha desafiando a morte de diversas maneiras teatrais: com olhos vendados; dentro de um saco; empurrando um carrinho de mão; sobre pernas de pau; e até mesmo carregando outro homem nos ombros.

Nós não estamos andando em um arame suspenso sobre cataratas impetuosas. Mas no ambiente de trabalho do século XXI é assim que nos sentimos às vezes, equilibrando ética e lucro; avançando pelo desconhecido com um produto ou serviço não testado; fazendo malabarismo com prioridades do trabalho e da família; lidando com incertezas econômicas.

Ao ler sobre Blondin, penso num homem que também tentou uma façanha que desafiava a morte. Seu nome era Pedro. Você deve se lembrar da passagem bíblica quando ele e outros discípulos de Jesus estavam num pequeno barco no meio de uma tempestade violenta. De repente, avistaram Jesus caminhando sobre as águas. Impulsivamente Pedro disse: “Senhor, se és Tu, manda-me ir ao Teu encontro por sobre as águas” (Mateus 14.28). A resposta de Jesus foi simples: “Venha” (verso 29).

“Quando Pedro viu as altas ondas ficou com medo e começou a afundar. ‘Senhor, salva-me’, ele gritou” (Mateus 14.30). Suspeito que teríamos feito o mesmo. Você já iniciou um projeto ou tomou uma decisão, pensando no momento que era a coisa certa a fazer, para em seguida se deparar com circunstâncias que questionavam seu julgamento?

Quero lembrá-lo que Simão Pedro fez coisas notáveis durante sua vida e esse episódio de andar sobre as águas foi uma das maiores, sem arame esticado, sem rochas ocultas debaixo dele. Cercado por perigos evidentes, confrontado com total impossibilidade, Pedro encontrou força interior na ordem de seu Senhor:“Venha!”. Durante uns poucos minutos, Pedro participou com seu Mestre da suspensão das leis naturais.

Então, todo o projeto foi pelos ares às quatro da manhã. Num momento, olhos fixos em Jesus, Pedro caminhava acima da tempestade; no momento seguinte, ele se encontrava em situação dificílima. Encharcado, Pedro foi resgatado por Jesus e aprendeu importante verdade: santo não é alguém que nunca fracassa; santo é alguém que, confiando em Deus, sempre que falha, se levanta e segue em frente novamente.

“Senhor, salva-me!” As palavras de Pedro foram simples, sem tempo para detalhes elaborados, sem tempo para observar leis cerimoniais. Mas na verdade, este é o meio mais rápido, fácil e desesperado de tocar o coração de Deus. O que Pedro fez de errado? Ele era culpado, não por ousar, mas sim por duvidar. Não por falhar, mas por hesitar. Não por falta de coragem, mas por falta de confiança.

Você pode não ser um Blondin ou um Pedro, mas provavelmente se encontra no temível mercado de trabalho atual, em meio à noite e ventos contrários. Não meça a altura das ondas, nem a fúria do vento; não se entregue ao perigo e, acima de tudo, não jogue a toalha e afunde sob as circunstâncias.

A Bíblia oferece este conselho:“Mantenham os olhos em Jesus, nosso Líder e Instrutor...se vocês não querem se tornar medrosos e esgotados...” (Hebreus 12.1-3, tradução livre).

Por Rick Warren

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